sábado, 7 de abril de 2007

300


Quem quer saber de realismo histórico quando todas as fontes crediveis desapareceram há quase 3000 anos? Eu não.
Mas a premissa é verdadeira: 300 Espartanos aguentaram o desfiladeiro das Termópilas face a um exercito muito maior (entre 250.000 a 500.000 homens) durante três dias. É claro que estavam lá exercitos de todas as cidades da Grécia, e que os Espartanos obrigaram uns a ficarem lá e os outros a retirar quando souberam que os Persas tinham chegado à rectaguarda deles.
Mas isso para este filme é irrelevante. Ainda bem. Desde quando é que um filme de guerra tem que ser exacto para ser bom? O unico filme que é exacto e bom é O Dia Mais Longo, mas tambem a acção retratada (o Dia D) dará sempre um bom filme.

MOLON LABE!!

quinta-feira, 5 de abril de 2007

NO PASARÁN!!



LIIIIINDO!!

Agora quero ver se eles deixam cair a mascara...

quarta-feira, 4 de abril de 2007

O Grande Português

Voltamos neste magnifico blog a efectuar pilhagem do mais alto calibre. Desta vez, o pilhado é o site Inepcia. Leiam.



O Grande Português

Fez-se finalmente justiça. E de duas formas diferentes. Por um lado, a RTP passa a esperada vergonha, inteiramente merecida pela forma obtusa como tentaram transformar um passatempo televisivo numa iniciativa histórico-pedagógica de grande relevância, comparando os méritos de Vasco da Gama e Rosa Mota ou de Cristiano Ronaldo e Eça de Queirós (diz-se que este era também senhor de uma finta de impor respeito). Precisamente a mesma iniciativa que, após revelação inevitável do resultado embaraçoso, foi imediatamente despromovida pela voz de Maria Elisa de iniciativa séria a concurso sem importância nenhuma. Uma espécie de “Preço Certo” com figuras históricas (e muitas delas eram realmente históricas).

A outra justiça foi feita a António de Oliveira Salazar e convém dizer o nome todo para se perceber que não falo de SALAZAR, o Hitler português institucionalizado pela propaganda do PREC, mas sim do beirão retrógrado e de vistas estreitas que arrastou Portugal para o seu mundo de casinhas brancas e gente pobrezinha mas honrada, temente a Deus e ignorante, sobretudo ignorante, sem quaisquer ambições além de ganhar os tostões suficientes para comprar pão, bacalhau e vasos de sardinheiras para decorar a janela. É esse o homem que merece a honra de ser o maior português de todos os tempos.

É verdade que havia a polícia política e o Tarrafal e uma guerra colonial que parecia nunca mais acabar mas reconheça-se-lhe o mérito de inventar o Portugal em que hoje vivemos e encarnar na perfeição as qualidades do ser português em que a maioria de nós ainda se revê. Qual Afonso Henriques, qual carapuça metade francesa e metade espanhola. Camões? Não digo que o Camões dos Lusíadas não fosse um poço de amor pátrio mas o Camões que Portugal deixou morrer na miséria e que enterrou numa vala comum mandar-nos-ia todos à merda se pudesse.

Salazar é que é verdadeiramente o pai e fundador da nacionalidade. Sempre que hoje um português diz a outro a frase “há coisas que não são para brincar”, sempre que alguém consegue um emprego não por competência mas por amizade (colorida ou não) ou laços familiares, sempre que um envelope cheio de notas troca de mãos como “ajudinha,” estamos a manter vivo o país que Salazar construiu. Pode já não ser o país de casinhas brancas com santinhos de azulejo, com os sete filhos a aprender as letras e as contas básicas na escola e a mulher em casa, preparando de forma diligente o jantar ao marido, mas, apesar da evolução, subsiste. Tornou-se no país das bandeiras penduradas à janela quando joga a selecção, no país em que nunca se lê e raramente se vai ao cinema por “falta de tempo” mas em que, de forma paradoxal, toda a gente tem sempre uma opinião sobre qualquer assunto, o país em que toda a gente acha mal e reconhece a necessidade de mudança, mas que continua a eleger os mesmos caciques para os mesmos cargos em troco de uma torradeira ou de uma palmadinha nas costas.

Era isto que a RTP deveria ter reconhecido na hilariante emissão de anúncio dos resultados finais. Reconhecendo a Salazar o seu maior triunfo em vez de tentar desculpar-se pelo fedor que libertaram ao remexer um monte de estrume acumulado durante várias décadas. Odete Santos bem pode descompor a roupa e espumar da boca e esbracejar o que quiser mas terá sempre sobre a cabeça o facto de Álvaro Cunhal só não ter hoje uma reputação mais sinistra do que a do homem do Vimieiro porque a história entendeu não o deixar chegar ao poder. E Clara Ferreira Alves pode pintar o cabelo da cor absurda que quiser e lamentar o país que põe Salazar e Cunhal à frente de Pessoa e Camões. É o mesmo país em que todas as formas de expressão cultural estão reservadas para os integrantes do mesmo círculo de amigos de que Clara faz parte. Há realmente um problema sério em Portugal. Mas muitos dos defensores das figuras em votação, os indignados, os divertidos e os indiferentes, de Paulo Portas a Odete Santos, de Rosado Fernandes a Clara Ferreira Alves, de Ana Gomes a Maria Elisa, todos eles e mais uns quantos espalhados pela assistência e outros que não couberam no estúdio, não só não conseguem resolvê-lo como são dele parte integrante.

in Inepcia